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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Shaabi, eleito o novo tema (polêmica) por aqui!



Na correria deste início de ano, pedi que escrevessem o que vocês gostariam de ler por aqui. A maioria que me escreveu pediu sobre Shaabi, tema que vem gerando confusões danadas!  É... parece mesmo que este espaço vai de novo gerar polêmica. E lá vou eu puxar a corda! Rs... Vou tentar buscar um outro ângulo que não aquele que muita gente já escreveu por aí na net, senão serei redundante, certo? 


Então vamos lá. Afinal, é abrindo espaço para discussão que todas crescemos.


Como tudo que envolve uma cultura que não é a minha, vou procurar citar algumas fontes de estudo, pois esta polêmica na verdade também me perseguia até ano passado, eterna aprendiz que sou, quando exausta do "diz que me diz", resolvi aprofundar meus estudos no setor.


Minha pseudo-segurança veio somente com as palavras mega confiáveis do mestre egípcio Gamal Seif, umas das melhores aulas de dança que fiz em minha vida (de Om Koulsoum a Mouwachahat), por indicação de Lulu Sabongi, a quem só agradeço por ter me feito gastar tão bem o meu dindin.


Mas vamos do começo:


Origem literal da palavra Shaabi (Sha'bi) em árabe egípcio: Das pessoas comuns.


O mestre egípcio El Hosseny  em seu workshop explicou que a dança Shaabi é o estilo de dança cotidiana dos centros urbanos.  Shaabi é a dança folclórica das grandes cidades. Rindo, ele complementa: "aquela música que os motoristas de microônibus gostam de ouvir muito alto". 
Até aqui, eu também achava que Shaabi era então apenas uma manifestação mais contemporânea do baladi, com músicas mais modernas, divertidas, que pediam uma interpretação mais teatral, condizente principalmente com a letra da música. Esse vídeo foi fonte dos meus primeiros estudos:



Daí pra frente foi um longo percurso... Me deparei com conceitos que eu colocaria quase como descritivos. Exs.:
- "Sahaabi não tem refinamento"
- "As músicas falam desde amor até problemas políticos"
- "A mistura de instrumentos antigos e modernos caracterizam a música Shaabi"
- "Shaabi é o nosso "brega" do Egito"
- "Shaabi é um rótulo para o baladi da periferia"
e assim segue a carruagem...


Tem uma música que eu AMO e me divirto tanto que virou o toque do meu celular, mas que ao tocar, basta o jegue gritando no começo, para que EU PARTICULARMENTE não a dance em público (mas na sala de casa, confesso, me acabo!). Dêem uma olhada:


Foi então que mestre Gamal Seif veio ao Brasil e entre outros cursos, deu uma palestra sobre o tema no Rio de Janeiro. Detalhe: palestra esta para a qual foram convidadas APENAS profiissionais e professoras da área.
Palestra? Por que não workshop? Porque segundo ele mesmo, "Shaabi não é algo que bailarinas devam levar para o palco."
Foi questionado então, se Shaabi seria o "funk da dança do ventre"? E a resposta foi SIM. 
Isso já gerou uma confusão danada!
Vamos abrir um parêntese aqui, lembrando que nem todo funk é cheio de palavrões, baixarias e afins. A origem (e status aqui) do funk é a música da periferia, a manifestação popular, sem riqueza musical ou refinamento mesmo. A música do baile popular.



Depois disso, outro de meus mestres, de outro continente, o argentino Amir Thaleb, que adooooooora um Shabii (ele termina as aulas profissionais na escola dele em Buenos Aires sempre dançando junto com a gente), veio ao Brasil e fez outra associação, com o brega mesmo, tipo Reginaldo Rossi.


Outro professor egípcio, com quem estudei em 2010, Mohamed Shahin, aplica coreografia no estilo, mas me lembro na época que TODAS comentamos e saímos muito confusas de suas aulas, devido a enorme semelhança com o baladi. E ele não explicou...


Eu particularmente me encantei com a alegria e a diversão que dançar Shaabi pode trazer para um grupo em fim de aula, para uma festa fechada de alunas, uma confraternização, qualquer coisa que tenha como princípio, a diversão. Mas concordo com Gamal; EU, particularmente, não estou preparada pra subir no palco e dançar assim em público. Numa festa pode ser, quem me conhece sabe do meu lado "palhaça", ainda mais se estiver rolando um bom vinho pra soltar as amarras... Rs... Quem atira a primeira pedra?
Separei alguns videos  e espero que VOCÊS me digam então. E ai? A dança Shaabi (não o conceito (!) pois esse sim deve ser estudado!) é tema de estudo em workshop? Vamos levar Shaabi pro palco? O que vocês têm pra contribuir aqui?


Será que é por isso que Gamal disse "Shaabi não é algo que bailarinas devam levar para o palco"?


Será esta uma forma mais condizente de representar o Shaabi no palco?

Bom,  eu vejo por aí muuuuuitas bailarinas dançando baladi e dizendo ser Shaabi. Até a música distorcida. E me lembro também quando no Brasil começamos a estudar Hagalla, onde pessoalmente presenciei a ministrante e seus  bailarinos com roupas de Dabke se apresentando em workshops, que acabaram por difundir toda uma cultura de forma errada e que levou ANOS para ser corrigida.


O único texto que realmente achei sério nos blogs da vida, é este aqui, da Roberta Salgueiro, que já foi inclusive citado em outros blogs.

Uma bailarina que tenho MUITO respeito por suas pesquisas constantes direto na Terrinha, é a linda Jade, que AO MEU VER, demonstra aqui uma forma de dançar Shaabi mais legítima, mais autêntica e condizente com a proposta, SEM uso de Galabeya, apenas curtindo o ESTILO e dando vazão a sua interpretação pessoal, como bailarina que é, dentro de seu traje de dança. Lembrando que ela fala árabe fluente, reparem e naturalidade com que ela canta a música além de interpreta-la. Desculpe, mas isso de forma fake seria no mínimo ridículo! Não tente fazer em público se você não fala árabe...


Estou longe, muito longe se ser especialista no assunto, mas meu bom senso ainda não me permite discordar dos meus Mestres, principalmente dos egípcios. Não, eu não falo árabe.


E ai bailarinada? Vamos discutir? (com ética e boa educação, please!)

Bjks de Luz,
Suheil


*lembrando que este mesmo mestre Gamal Seif, defende que não usemos o nome "dança do ventre" que diminui, quase "denigre" a nossa dança. Foi ele também que mandou TODAS as bailarinas estudarem ballet para complementar seus estudos, dar postura e elegância entre outros benefícios (post aqui). Sim, e ele é O mestre egípcio.


;)


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Shik Shak Show!!!


Sim, esta é a frase da Márcia Valéria que inspirou a Amar El Binnaz a criar este novo selinho ultramegalegalebonitinho... 

No blog ela diz: "... Este selo representa a liberdade de expressão na Dança do Ventre, ..."

Fico MEGA honrada em receber a indicação da Verinha logo na criação do selo, Obrigadaaaaaaaa!! 
- meu momento "Tássia Chando" explícito -

E sendo assim, vou continuar a brincadeira e deixar aqui os meus blogs SHIK SHAK SHOW!!

• O Amar El Binnaz da Verinha, claro, óbvioooooooo, que é pra saber de tudo o que anda acontecendo no mundo das lantejoulas.
• O da Renata Lobo,  porque como ela eu AMO uma poesia.
• O da Jana Sabrina que é O blog pra estar antenada.
• Tá procurando uma música? Vai pro das Arábias.
• O da Camila D'Amato que descobri recentemente e estou amando,
• E o da Lulu, claro!

Espero que curtam as recomendações!
Tem vários outros, mas tem que escolher só alguns, né?

Bjks, Suheil

;)



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Meu blog de cara nova!!!

Olá habibos e habibas!!
Já perceberam, mas... não custa afirmar!
Viram que lindo que ficou meu blog de cara nova?
Mais moderno, atual, mais rico em opções, ...
Tudo de bom!

A grande vedete desta vez foi a super mega competente designer Verinha, do blog Amar El Binnaz, que dispensa maiores recomendações (não conhece? tá doida? corre se redimir! rs...) - simplesmente O Blog mais visitado e conceituado pelas moçoilas das terrinhas dos strasses e das lantejoulas...

Deixe aqui sua opinião sobre o novo layout pra nossa super criadora e ... bom, quanto a mim, prometo em breve aprender a mecher nessas paginas novas todas e manter tudo atualizado (lá vou eu prometendo, ai, ai,...).

Valeu Verinha! Ficou show!

Ah! Tá se doendo de ciúmes? Faz um pra você!
É só contratar a poderosa!
Bjks, Suheil

;)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Festival Mozaico - Gamal e Khaled Seif, meus novos super heróis


Para quem não estava antenado ou para quem esteve lá...

Esta semana que passou aconteceu o Festival Mozaico, organizado pela mega mestra Lulu Sabongi em seu espaço, o Shangrilá House.

Diferente dos últimos festivais que tenho frequentado, o número de alunas por aula foi limitado, o que permitiu um aprendizado de qualidade muito sup
erior! Era possível obter correções e observações individuais, além claro de estar muito mais próxima aos professores, o que de imediato já faz toda a diferença.


Tive a oportunidade de estudar Mouwashahat com Khaled Seif e confesso: diferente sim de todos os outros mestres com quem estudei esta modalidade da qual me tornei totalmente adepta e adicta. A leitura que ele deu aos movimentos foi única e completamente engrandecedora. Me deixou muito mais livre para continuar criando neste estilo e sabendo como valorizar cada momento musical único com muito mais criatividade - sorte enorme das cariocas que farão workshop neste tema comigo semana que vem! Estou remodelando tudo! rs... - A palavra de ordem alí, muito mais que técnica, foi ALMA. E Mouwashahat de fato toca minha alma... Valeu cada centavo e cada segundo investido!
Nasceu ali o meu mais novo super herói.

Meu novo super herói, Khaled Seif

Depois foi a vez de estudar Om Khoulsoum com Gamal Seif. Confesso que sempre tive dificuldades com as músicas dela, talvez justamente porque não me tocavam a alma tão profundamente. O maior dos lucros? Acho que depois de minha passagem por Gamal, consegui descobrir em algum lugar de minha alma, um "espírito Khoulsoum" adormecido.
Difícil despertá-lo, mas aconteceu! Sem falar num certo respeito, muito maior, que adquiri para as futuras interpretações neste, digamos, estilo.

Gamal exige primor técnico, exige leitura musical apurada, no ritmo, na melodia, na voz. Nada passa desapercebido. Detalhes que fazem a diferença são observados e exigidos da aluna atenta. Concentração em grau extremo para absorver tanta informação que ele consegue transmitir de forma tão generosa! Um aprendizado sem fronteiras, sem tamanho, sem medida.
Voltei pra casa com as emoções a flor da pele, como há muito não acontecia.

Meu novo super herói, Gamal Seif

O que achei realmente incrível e de extrema identificação, foi algo que eu não estava ali para buscar, mas aconteceu! Diz respeito a essa "babaquisse" que se instalou numa ridícula (desculpe, mas é o termo!) campanha contra o ballet na dança do ventre.

Não vou entrar nesse detalhe, porque o buraco ao meu ver é bem mais embaixo e na verdade me parece que ninguém nem está falando a mesma língua nessas discussões virtuais e também nem estão querendo se entender... Querem mesmo é polemizar! Então...

Vou relatar o que ELES, egípcios, disseram sem nem mesmo saber do que por estas terras tupiniquins andam falando a respeito.

1- "Não falem dançarinas do ventre! Nós egipcios não gostamos, não respeitamos isso. Vocês são bailarinas orientais! " - daí fez uma postura bem torta, estufou a barriga para fora de forma absurdamente cômica e disse: "Isso é uma dançarina do ventre". Depois encolheu a barriga, subiu o peito, colocou-se elegantemente e com o nariz arrebitado disse "Isto é uma bailarina Oriental. E vocês são bailarinas!"

2- Começou a aula perguntando: "Alguém aqui já estudou ballet?". E acrescentou: "O ballet é o pai de todas as danças. Do moderno, do jazz, da dança de salão, do hip hop... e também da dança do ventre. Estudar ballet é fundamental para se ter qualidade em dança oriental."
Dado o recado.

Bom, acho que por hoje basta!

Você perdeu o Festival Mozaico? Chore. Chore muito!
Porque perdeu junto a maravilhosa oportunidade de estar ao lado de grandes nomes da dança e de aprender muito com eles!

Mas tudo bem... respire fundo e organize-se!
Lulu promete que ano que vem tem mais!!

Aliás, como último comentário deste post fica aqui o "Mega Super Obrigada" para a Lulu, que nos proporcionou este evento de altíssima qualidade, escolhendo a dedo 2 profissionais estrangeiros únicos (sem falar nas colegas do Shangrilá, claro!).

E agradeço também a confiança que me depositou me dando a chance de ter uma "palhinha" como tradutora do Gamal, o que acabou de alguma forma me aproximando um pouco mais deste grande mestre. Foi um prazer e uma honra!

Com Lulu (super heroína desde sempre).
Exemplo de profissionalismo, de mestra, uma pessoa muito amada e agora também, parceira.

Aliás, para quem ainda não sabe estou agora na "Equipe Shangrilá", ministrando aulas nesta "minha nova casa" todas as 4ªfeiras.
Poder estar no espaço da Lulu está sendo uma parte deliciosa deste meu retorno a Sampa depois de tantos anos fora. Mas isso será assunto de um outro post...

;)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entrevista com Suheil by Mahaila Tat Ishtar


Confiram a última entrevista que concedi para o site da Mahaila Tat Ishtar.

Obrigada desde já pelo carinho, pela confiança e claro, por ajudar a divulgar meu trabalho!

Bjks, Suheil



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Biomecânica para bailarinas

Inspirada em minha última aula do CFPDV* no Rio de Janeiro onde falamos sobre a biomecânica e a anatomia dos movimentos e tendo em vista que minhas queridas alunas estão trocando textos entre si aparentemente super decididas a estudarem e compreenderem melhor o assunto (não é só porque vale nota no TCC, né?) ... Tia Suh vem dar um pequeno suporte!

Históricamente falando...

Tudo começou lá com Aristóteles, que decidiu registrar suas observações sobre o ato de caminhar. Ele observou que os membros inferiores do homem e as patas dos animais contra o solo, causavam uma espécie de ação. De lá pra cá, muita coisa foi descoberta, ratificada, reestudada.

Mas também entrou nessa história, a 3º Lei de Newton. Ela basicamente explica que a gravidade é uma força externa que age sobre um objeto sobre a terra e que para equilibrar essa força, uma segunda força externa precisa ser introduzida. Exemplo: um livro apoiado sobre a mesa, recebe a ação de pelo menos duas forças: a da gravidade e a força exercida pela mesa. Ou seja, o objeto sobre a mesa sofre ação da tração da gravidade e a mesa reage à força da gravidade com uma força igual e oposta. Lembra das sua aulas de física no colégio, quando o professor falava de ação e reação? Mais ou menos por este caminho!

A Mecânica por si só, é uma área da física e da engenharia que lida com a análise das forças que agem sobre um objeto, descrevendo a causa de determinado movimento.

A Cinesiologia (matéria de um próximo post!) possibilita a aplicação das leis e princípios básicos da mecânica na avaliação das atividades humanas.

Sendo assim, podemos dizer que a Biomecânica pode ser definida como a aplicação da mecânica aos corpos humanos e animais, organismos vivos, tecidos biológicos... Ou ainda, o estudo da mecânica dos organismos vivos.

Podemos considerar dois tipos de Biomecânica: a externa, que estuda as forças físicas que agem sobre os corpos e a interna, que estuda a mecânica e os aspectos físicos e biofísicos das articulações, ossos e tecidos do corpo.

Alguns conceitos são de fundamental importância para entendermos porque é tão importante o estudo da Biomecânica na dança. São eles:

1- O Centro de Gravidade
A localização do Centro de Gravidade do corpo varia dependendo da posição em que encontra-se este corpo. Se você está ereta por exemplo, ele será como uma linha, formada pela interseção de um plano que corta o corpo em direita e esquerda, e outro plano que corta o corpo em metade anterior e posterior (frente e trás).

2- A linha de gravidade
Ao longo desta linha imaginária que chamamos de Centro de Gravidade, podemos considerar que a gravidade atua em nosso corpo, puxando-o diretamente para baixo em direção ao centro da terra. Essa é a linha de gravidade.

3- Base de apoio
A base de sustentação ou base de apoio é a área formada abaixo do corpo, como se considerássemos todos os pontos de nosso corpo que estão em contato com o solo.

Pense comigo:
Quando você está numa posição fixa, estática, com a linha de gravidade passando através da sua base de apoio, dizemos que você está estável, compensada, equilíbrada. Se a linha de gravidade passar fora da sua base de apoio, o equilíbrio e a estabilidade são perdidos.

Para nós que dançamos, é extremamente importante analisar mecanicamente os movimentos que executamos com nosso corpo e outros objetos, sabendo exatamente como a força da gravidade atua em nós! Afinal, durante nossa dança, utilizamos:
o equilíbrio estático (parado), mas principalmente,
o equilíbrio dinâmico (em movimento).

E tem mais!

4- Planos e eixos
Planos de ação são linhas fixas de referência pelas quais o corpo se divide. A saber, são 03: O plano frontal ou coronal (frente e costa) responsável pelos movimentos de abdução e adução, o plano sagital (direita e esquerda) responsável pelos movimentos de flexão e extensão e o plano transverso ou horizontal (superior e inferior) responsável pela nossa rotação.

5- Alavancas
Uma alavanca, por definição, é uma barra rígida que gira em torno de um ponto fixo quando uma força é aplicada para vencer a resistência. Traduzindo: aquilo que faz você se mexer, iniciar um movimento. Maior a quantidade de força ou maior o braço da alavanca, maior o movimento de força.


E daí tudo isso?

Quando analizamos um movimento técnicamente, principalmente dentro de uma dança acadêmica, sabemos onde ele começa, aonde está a sua base e o seu eixo, de onde vêm a alavanca, o que acontece durante o seu desenvolvimento e também aonde ele termina.
Desta forma fica muito mais simples (!) entender porque determinado movimento "não está saindo" ou aonde você está errando em sua execução.

Bom, para quem já teve algum contato com meu método de trabalho, sabe que esta é uma das sólidas bases do desenvolvimento técnico em dança que eu proponho; o estudo profundo da execução de cada movimento da dança, analisado e compreendido em sua total complexidade.

Mas como o post hoje é biomecânica... foco Suheil!

Deixo aqui de presente alguns videos que selecionei "a dedo" na net para ilustrar os conceitos de biomecânica aqui (e nas nossas aulas) mencionados.

Espero que curtam!

Este 1º é só pra ilustrar a nossa visão de câmera lenta, fundamental nestas análises...


Este eu escolhi porque demonstra as escápulas, um de nosso primeiros temas...


Este é bem próximo da parte da biomecânica que "nos interessa" - não se prender a nomenclatura de músculos, mas descrever como o movimento acontece.


Esse eu achei que ilustraria muito bem o conceito de nossa 1º aula de consciência corporal, sobre "respirar nas articulações"... até na música! Além claro, do rapaz dar um show de performance temática.


Esse é um pouquinho chato no começo, mas tenham paciência, pois o desenvolvimento e a apresentação dos conceitos de equilíbrio apresentados mais pra frente fazem valer a pena cada segundo gasto...


Aqui eu vos apresento, "o Pé". Nossa base mais sagrada. Nem preciso explicar porque este video está aqui, preciso?


E pra "pirar o cabeção" de vocês... a biomecânica em sua complexidade original.

Pena que não achei um de dança, então vai de arremesso mesmo! Assim vocês saberão exatamente quais músculos precisarão mexer se quiserem arremessar a Tia Suh da janela depois de nossas próximas aulas de Anatomia do Movimento.
- Será mesmo que eu devia ter postado esse video?



Espero que este post tenha ajudado a esclarecer um pouquinho mais ...

... pra quem chegou agora, da importância de estudarmos, na luta pela valorização desta nossa arte tão desmerecida por muitas "pseudo-profissionais";

... pra todas as minhas alunas, presenciais e/ou virtuais que fritam os miolos em minhas salas de aula.

Beijo carinhoso a todas vocês!

;)


*Curso de Formação para Professoras de Dança do Ventre, Método Acadêmico Suheil de Ensino

terça-feira, 31 de maio de 2011

Mais sobre "de graça"

Primeiro gostaria de agradecer as pessoas que comentaram publicamente no blog ou mesmo as que me enviaram emails me incentivando a continuar a falar sobre alguns temas polêmicos. Como a maior dúvida (e confusão) me pareceu ser sobre quando e como dançar de graça, vou dedicar este post a isso.

Primeiro precisamos entender, que "Beneficente" e "De graça", são duas coisas bem distintas!

Embora em ambos os casos, para o bolso da bailarina não venha nenhuma verba, isso não quer dizer que ambas as situações sejam iguais! Não são! Não mesmo!

Quando você dança em um evento beneficente (obra de filantropia), o público é pagante da mesma forma! Seja em doações de comidas ou em verbas, ninguém está lá para ver o show na base do oba-oba. É uma campanha! De alguma forma, seja em dinheiro ou doações, as pessoas estão pagando por sua performance e você, é quem está abrindo mão de receber por um motivo maior. E diga-se muito honorável.

Acredito que cabe ao artista participar sim, de campanhas beneficentes e projetos que ajudem de alguma forma quem precisa. Emprestar sua imagem, arregaçar as mangas. Aliás, não só o artista, mas todos os seres de bem devem fazer isso.

Em minha carreira, participei e ainda participo de DIVERSOS eventos beneficentes. Ajudo instituições, colaboro em campanhas... Adoro fazer isso! O retorno é muito grande e muito gratificante, principalmente no quesito "paz interna".

Mas... continue sendo e tendo uma postura profissional!

A sua posição neste caso, deve ser :
1- antes do evento, peça a organização um ofício datado, assinado e carimbado, digamos assim, com a solicitação de sua apresentação, datas, horários do evento e para quais fins ou instituição a verba arrecadada se destina.
2- ao término, tenha ciência de quanto foi arrecadado com seu show e assine um termo de doação para a "instituição" recebedora. Pegue o recibo. Assim você terá ao menos alguma garantia de que a verba foi de fato para onde deveria ir.
3- se as doações forem em outra espécie que não dinheiro, procure acompanhar este processo de entrega. Além deste momento ser muito prazeroso, você irá conhecer de perto quem você está ajudando. Garanto que descobrirá olhinhos e sorrisos tão lindos que serão inesquecíveis.

Outra forma de dançar "de graça":
Dinheiro não é a única forma de receber por seu trabalho! Se a sua amiga tem uma escola, vai fazer um evento e não pode pagar cachê porque não há verba suficiente, você pode propôr uma troca: você dança na festa dela e depois ela dança na sua! Seria como "trocar cachês".
Ou ainda, ela paga seus custos de transporte, alimentação e hospedagem, organiza um workshop para você levantar sua verba, capricha na organização e na divulgação - mas não ganha em cima do seu trabalho; é como se o que ela ganharia para ela, ela pagasse pelo seu show. E a arrecadação finaceira é toda sua. Você estará dignamente trabalhando.


A humanidade sempre teve inúmeras moedas de troca, nem tudo roda em torno de dinheiro, células de papel, exclusivamente. O que é preciso, é ter bom senso acima de tudo.

Acho que nem preciso dizer, mas vou: quer dançar na festa de sua melhor amiga, como presente pra ela? Dançar pro vovô no aniversário dele? Por uma música e mostrar sua arte num encontro entre amigas? É claro que vale, né?!? Você não seria mercenária a este ponto! É profissional sim, mas tem amigas e família, e nessa hora, essa é você, a pessoa!

Então... o que você JAMAIS deve fazer ??

1- dançar de graça no Habib's ou similares, achando que isto é válido para promover o seu trabalho! Pelo amor... se valoriza!
2- oferecer seu trabalho gratuito para tentar pegar a vaga de outra bailarina que trabalha na casa recebendo...
3- dar aulas de graça porque está aprendendo (vai fazer um estágio! se está aprendendo é porque ainda não é hora de ensinar!)
4- se expor em baladas árabes aonde o público é em maioria rapazes que querem ver as gostosas rebolarem e normalmente no fim da noite já estão bêbados. O que isto vai te trazer de retorno?

É nessa hora que comparamos Profissionalismo X Exibicionismo !!!

Mesmo assim você insiste que quer dançar de graça por aí, só pra "mostrar sua arte" a tudo e a todos? Tudo bem também! Opção de vida sua, livre arbítrio!
Só por favor então, pare de dizer que você é uma profissional do ramo. Porque ser amadora e amante é uma coisa. Cabe a qualquer uma.
Ser profissional é outra coisa, bem diferente...

Bjkas e até o próximo post!
Não esqueça de deixar o seu comentário...

;)

PS - Débora, tá aí, valeu o puxão de orelha domingo... atualizei! bjk

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Profissionalismo X Exibicionismo


Parece incrível ter que relacionar a diferença entre estas duas palavras, mas ultimamente no "Bellyworld" as coisas andam tão confusas, que me senti no DEVER de fazer este post.

Desculpe de imediato se vou cutucar colegas, alguns egos, deixar alguém meio estressada ou com vontade de me esganar... mas alguém tem que dizer isso!

Mas pense positivamente:
Aqueles que te elogiam, amaciam o teu ego, te levam a lugar nenhum além da tua própria vaidade.
Aqueles que te dizem a verdade, querem que você cresça e só assim te ajudam nisso...

Vamos lá!

Se você é novata ou tem 10 anos de dança (continua sendo novata, sorry!), "peloamordosbonsfilhinhos", presta atenção no que você quer para o seu futuro!

Chega de tratar a dança como lazer se você se auto intitula profissional.
Chega de vender a alma pra aparecer ou conseguir um espacinho no mercado. Chega de baixaria!!!

Segue um guiazinho básico para você tentar identificar seus erros:

Sobre dar aulas:

Controle seu ego, tudo tem seu tempo! Não está aguentando de vontade? Seja humilde. Peça a sua professora para estagiar com ela em aulas, faça cursos profissionalizantes, estude métodos diversos de dança.
Nunca ouviu falar sobre Laban? Então desce do pedestal amiga, pois você ainda não sabe nem por onde começar...



Sobre ministrar workshops:

Workshop é algo que você começa a ministrar depois de muitos, muitos anos nas salas de aula. Depois daqueles seus 10 aninhos de dança querida, você pode estar apta a ser uma excelente professora, mas espere mais uns 10 pra achar que pode mais que isso.
De boa! Só nesse mundinho belly que moçoilas ministram oficinas desta forma "virou moda".

Não é a toa que 90% dos workshops hoje são em essência passar uma coreografia! E claro, não é a toa que tem muita gente que nem está mais afim de frequentar workshops!
Pior só quem ainda oferece este tipo de serviço gratuitamente, pra "fulana conhecer meu trabalho" - se ela não conhece seu trabalho, mais uma amostra que você ainda não está madura profissionalmente para este cargo.
Está na hora de separar o joio do trigo ...


Sobre apresentações:

- Se você dança de graça, pra se auto- promover, desculpe, mas você está looooooonge de ser uma profissional. O profissionalismo começa exatamente aí, na valorização do seu trabalho.

- Se você não escolhe os locais aonde se apresenta, está denegrindo sua própria imagem. Daqui a pouco não se espante quando te contratarem pra despedidas de solteiro ou pra dançar na loja de kibe da esquina. Foi você quem se permitiu estar lá.

- Não ofereça seu serviço ao contratante de outra bailarina. Isso é pura falta de ética! Está com dor de cotovelo, precisa mostrar serviço? Converse com a bailarina contratada e peça a ELA uma chance de se juntar ao seu grupo. Orgulho é coisa besta nesta hora! Você pode ganhar uma orientadora e uma amiga no mercado de trabalho. Quem se garante não teme abrir espaço para as novatas.

Sobre a sua imagem em cena:

- Cabelos e maquiagem devem estar perfeitos.

- Se você gosta de trajes mais ousados, daqueles que mostram o que seu pai não gostaria de ver se estivesse na platéia... aconselho rever os seus conceitos.

- Nada de ficar na festa depois ou se misturar ao público. Isso só vale se você está em um evento de escola, festival, aonde as alunas querem fotos e a sua companhia como "estrela do evento". Em trabalhos corriqueiros, desapareça logo depois do show (ok, vale comer depois do show, mas naquela mesinha lá do fundo, de forma discreta e já vestida normalmente, sem o traje de dança).


Sobre bombardeios publicitários:

- Não tem coisa mais chata que abrir as redes sociais, emails e se deparar com a "Agenda do mês tal" de fulana ou beltrana. Quando você for de fato divulgar algo grande, acredite, a maioria já vai ter apagado a sua propaganda antes mesmo de ver o conteúdo (ops, eu faço isso todo dia! E toda a torcida do Corinthians também...).

- Quer divulgar seu trabalho? Tenha um site com mailing list de pessoas que se cadastram por vontade própria e que PEDIRAM para receber suas promoções. Neste mesmo lugar, mantenha sua agenda atualizada. Seguramente quem quer te assistir, irá lá para consultar. Você acha mesmo que interessa ao mundo todo, o tempo todo, aonde você trabalha semanalmente?
Isso só desgasta a sua imagem.


E finalmente...

Sobre hierarquia :

- Você sabe o que isso significa?

hierarquia(francês hierarchie)
s. f.
1. Subordinação de certos poderes uns aos outros.anarquia
2. Classificação ou ordenação segundo determinados critérios.anarquia, desorganização
3. Organização segundo vários graus de poder e subordinação (ex.: hierarquia policial).
4. Classe, categoria.
5. Relig. Grau de autoridade eclesiástica.

Não existe profissionalismo sem hierarquia.
Não existe RESPEITO sem hierarquia.

Se um dia quiser chegar a ser o chefe da tribo, comece por ser um excelente indiozinho...


Tá aí galera... desculpa qualquer coisa, mas as vezes a verdade não é um lugar muito confortável...

Bjks, Suh
;)

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