Bom, para não perder o hábito, vou dar uma polemizada por aqui. O assunto (título) em questão ficou bastante encasquetado na minha cabeça desde o último festival Shimmie e então hoje, segunda-feira padrão, resolvi desencasquetar, tirar as "agarras da língua".
Sabendo que as polêmicas parecem ser a maior audiência em qualquer blog, vou logo criando então este novo Tag aqui no Blog, o "Polemizando". Você pode até dizer que estou ficando uma velha ranzinza, mas eu confesso: ultimamente tem muito tema que eu acho que vai caber como uma luva nesse Tag. E também têm outros posts mais antigos que poderiam entrar aqui...
Voltando. Foco. Sabe, tenho certa "embrulhez estomacal" com essa coisa de "o primeiro disso, o primeiro daquilo". Desde quando pioneirismo é sinônimo de alta qualidade? Aff, calma bailarinada!
Quando alguém faz tal afirmação, pressupõe-se que a anunciante fez o seu dever de casa, consultando a veracidade de seus dizeres. Não? Ah, tá! Mas deveria. Porque daí você, que não é surdo, escuta um absurdo. O que você deve fazer então?
Ficar quieta em prol da educação?
Não falar nada para não se pseudo-indispor com outra colega?
Ou dizer "não é não" e provar?
Espero não estar sendo deselegante, mas já que polêmicas existem... tá aí mais uma! Rs...
O Corpo de Baile para dança do ventre está muito longe de ser um lançamento atual (anunciado "o do" e "no" festival Shimmie como o "primeiro corpo de baile de dança do ventre do Brasil") ...
A não ser que voltemos no tempo, no mínimo para o ano de 2001, onde vos apresento uma peça chamada "A Sucessora".
A peça "A Sucessora" criada em 2001 para o Mapa Cultural Paulista
E que fique bem claro desde já que não estou dizendo que o meu corpo de baile foi o primeiro! Mas, honestamente, não sei se existiu outro antes! Nunca tinha pensado nisso até então. Mas... se o paletó for meu, então eu vou vesti-lo na boa, né ué?!
Quatro momentos do Corpo de Baile em ação
"A Sucessora" foi uma peça criada em 2001, especialmente concebida para o Mapa Cultural Paulista. A história escrita em detalhes teatrais. A narração inicial, a edição musical (10 anos atrás gentemmmm!), os figurinos, o cenário... Tudo pensado para uma apresentação a altura da que necessita, ou clama, um teatro do tamanho do Auditório Claudio Santoro aonde se realizariam diversas das apresentações.
Tahia Fathiem interpreta a Deusa do Ar
A história claro, falava em Grande Mãe (aliás interpretada pela amada Nori - in memorian), Deusas, Sacerdotizas, O Lado Negro e tinha direito até a Fada!
Foram utilizados diversos elementos cênicos, de vasos a uma liteira, com direito ao Trono da Grande Mãe, um tecido de 8 metros onde por detrás o corpo de baile executava diversas sombras... entre outras "inovações da época".
Dahab interpreta a Deusa da Água e entra em cena na sua liteira
A Sucessora dança com a Deusa do Ar - no fundo, corpo de baile interage com sombras
Infelizmente na época não tínhamos recursos tecnológicos acessíveis como hoje, restando como registro apenas algumas fotos. A filmagem, feita quase um ano depois, foi num palco pequeno e sem os recursos adequados para apresentação da peça, como iluminação, entradas laterais, etc... Pelo tamanho do palco, o corpo de baile também foi reduzido para apenas 05 integrantes. Feliz ou infelizmente, é a única filmagem existente.
A Sucessora
Cena final: Grande Mãe cede o trono para a Sucessora
A saber: O Suheil Dance Co. sempre trabalhou com as definições de primeira bailarina, solistas, convidadas de honra, suplentes e corpo de baile em sua formação, sendo o corpo de baile atuante e responsável cenicamente como em qualquer outra cia de dança clássica, de onde aliás, veio esta sua formatação.
Primeiro elenco oficial em 2001, diversas vezes modificado depois.
Curtam a filmagem meio esverdeada pelo tempo, mas aí presente para mostrar que certas idéias não cabem pioneiros, pois pertencem a dança desde que a dança existe!
(Porém se cabem, que sejam os primeiros de verdade!)
E como diria meu querido Chacrinha, nada se cria, tudo se copia!!!!
Beijokas a todos!
Suheil
;)