
Primeiro gostaria de agradecer as pessoas que comentaram publicamente no blog ou mesmo as que me enviaram emails me incentivando a continuar a falar sobre alguns temas polêmicos. Como a maior dúvida (e confusão) me pareceu ser sobre quando e como dançar de graça, vou dedicar este post a isso.
Primeiro precisamos entender, que "Beneficente" e "De graça", são duas coisas bem distintas!
Embora em ambos os casos, para o bolso da bailarina não venha nenhuma verba, isso não quer dizer que ambas as situações sejam iguais! Não são! Não mesmo!
Quando você dança em um evento beneficente (obra de filantropia), o público é pagante da mesma forma! Seja em doações de comidas ou em verbas, ninguém está lá para ver o show na base do oba-oba. É uma campanha! De alguma forma, seja em dinheiro ou doações, as pessoas estão pagando por sua performance e você, é quem está abrindo mão de receber por um motivo maior. E diga-se muito honorável.
Acredito que cabe ao artista participar sim, de campanhas beneficentes e projetos que ajudem de alguma forma quem precisa. Emprestar sua imagem, arregaçar as mangas. Aliás, não só o artista, mas todos os seres de bem devem fazer isso.
Em minha carreira, participei e ainda participo de DIVERSOS eventos beneficentes. Ajudo instituições, colaboro em campanhas... Adoro fazer isso! O retorno é muito grande e muito gratificante, principalmente no quesito "paz interna".
Mas... continue sendo e tendo uma postura profissional!
A sua posição neste caso, deve ser :
1- antes do evento, peça a organização um ofício datado, assinado e carimbado, digamos assim, com a solicitação de sua apresentação, datas, horários do evento e para quais fins ou instituição a verba arrecadada se destina.
2- ao término, tenha ciência de quanto foi arrecadado com seu show e assine um termo de doação para a "instituição" recebedora. Pegue o recibo. Assim você terá ao menos alguma garantia de que a verba foi de fato para onde deveria ir.
3- se as doações forem em outra espécie que não dinheiro, procure acompanhar este processo de entrega. Além deste momento ser muito prazeroso, você irá conhecer de perto quem você está ajudando. Garanto que descobrirá olhinhos e sorrisos tão lindos que serão inesquecíveis.

Outra forma de dançar "de graça":
Dinheiro não é a única forma de receber por seu trabalho! Se a sua amiga tem uma escola, vai fazer um evento e não pode pagar cachê porque não há verba suficiente, você pode propôr uma troca: você dança na festa dela e depois ela dança na sua! Seria como "trocar cachês".
Ou ainda, ela paga seus custos de transporte, alimentação e hospedagem, organiza um workshop para você levantar sua verba, capricha na organização e na divulgação - mas não ganha em cima do seu trabalho; é como se o que ela ganharia para ela, ela pagasse pelo seu show. E a arrecadação finaceira é toda sua. Você estará dignamente trabalhando.

A humanidade sempre teve inúmeras moedas de troca, nem tudo roda em torno de dinheiro, células de papel, exclusivamente. O que é preciso, é ter bom senso acima de tudo.
Acho que nem preciso dizer, mas vou: quer dançar na festa de sua melhor amiga, como presente pra ela? Dançar pro vovô no aniversário dele? Por uma música e mostrar sua arte num encontro entre amigas? É claro que vale, né?!? Você não seria mercenária a este ponto! É profissional sim, mas tem amigas e família, e nessa hora, essa é você, a pessoa!
Então... o que você JAMAIS deve fazer ??
1- dançar de graça no Habib's ou similares, achando que isto é válido para promover o seu trabalho! Pelo amor... se valoriza!
2- oferecer seu trabalho gratuito para tentar pegar a vaga de outra bailarina que trabalha na casa recebendo...
3- dar aulas de graça porque está aprendendo (vai fazer um estágio! se está aprendendo é porque ainda não é hora de ensinar!)
4- se expor em baladas árabes aonde o público é em maioria rapazes que querem ver as gostosas rebolarem e normalmente no fim da noite já estão bêbados. O que isto vai te trazer de retorno?
É nessa hora que comparamos Profissionalismo X Exibicionismo !!!
Mesmo assim você insiste que quer dançar de graça por aí, só pra "mostrar sua arte" a tudo e a todos? Tudo bem também! Opção de vida sua, livre arbítrio!
Só por favor então, pare de dizer que você é uma profissional do ramo. Porque ser amadora e amante é uma coisa. Cabe a qualquer uma.
Ser profissional é outra coisa, bem diferente...
Bjkas e até o próximo post!
Não esqueça de deixar o seu comentário...
;)
PS - Débora, tá aí, valeu o puxão de orelha domingo... atualizei! bjk