domingo, 31 de maio de 2009

Workshop em Portugal

Olá pessoal que carinhosamente acompanha meu trabalho.

Faço uma pausinha por esta viagem maravilhosa entre Portugal e Espanha, que prometo dividir fotos e histórias em breve, apenas para contar que após a primeira passagem por Portugal, por sinal país encantador, com direito ao sucesso do Globo de Ouro de minha querida Erika Oliveira (parabéns lindinhaaaaaa!!), a presença acolhedora da poderosa Salete e muuuita coisa boa...

Com a super hiper mega blaster modelets Globo de Ouro 2009

E a super hiper mega blaster porto seguro Salete Star

Agora já estou na Espanha!


Estarei com Aysel El Suheil em Madrid (estou louca para saber como anda a minha super e orgulhosamente representante do método na Espanha), prometo trazer muitas novidades de Zambra de Granada (ok, é claro que depois ensino tudo pra vocês!) e uma alma flamenca encantada de Sevilla, entre outras.

Porém, para quem ainda não pode dançar comigo por aqui...

Estarei retornando a Portugal para um workshop aberto de dois dias.

A todas que por lá puderem estar e participar, serão quatro cursos, dois para iniciantes e dois para avançadas.

Acontece em Lisboa, dias 13 e 14 pela escola de dança Sétima Posição, organizado pelo super Marcos, que pode passar a vocês todas as informações.


Marcos, o mais recente parceiro

Abaixo o link para o blog deles para quem quiser
http://mandinga7posicao.blogspot.com/

Com saudades de todos, mas ainda querendo ficar mais um pouquinho no velho continente...

Muitas beijokas e até a volta!!
Suheil

domingo, 3 de maio de 2009

Bellydance Superstars - A qualificação

Existem certas lembranças, que não importa quanto o tempo já tenha passado, permanecem vivas em nossa memória em detalhes e sensações. A vida me foi maravilhosa, me presenteando com muitos destes momentos, todos eles únicos. Porém existe um em especial, que embora muitas pessoas me peçam para contar, guardo comigo como uma jóia preciosa: pois se o exibo aparento arrogância e se o guardo, assim o protejo. Sobre ele, descarto opiniões alheias, até porque só quem o viveu sabe de sua intensidade - no caso, apenas euzinha...

Mas hoje recebí mais um email me pedindo para contar esta história. Diferente de vários outros, sempre curiosos, algus indignados, outros pedindo o caminho, este me comoveu. Tinha amor. Amor pelo meu trabalho e uma profunda gratidão pelo que eu represento para esta pessoa, sem nunca nem mesmo tê-la conhecido pessoalmente. Então resolví escrever. Escrever para você que apoia meu esforço e minhas conquistas. Escrever pra você que vibra com minha alegria. Escrever pra você que me escreve com tanto carinho, enquanto me pergunto: aonde foi que te conquistei assim, apenas com minha dança? Obrigada.

The "Bellydance Superstars Search" night
ou
A noite em que uma cucaracha brasileira fez bonito na terra do Tio Sam

Na verdade tudo começou um pouquinho antes: no festival das escolas Luxor de 2003. Lá estava eu, estudando. Comigo duas mais que alunas, pituchas Bibi e Dê. Esta já seria uma história a parte, recheada de acontecimentos... mas vou direto ao final. No último dia do evento, na hora de assinar os certificados, vêm o convite de Sahra Saeeda (minha diva pessoal) para que eu grave com a cia dela um video em Los Angeles. Deixo esta parte hilária de meu comportamento comemorativo para as pitchucas contarem; não é sempre que a "mestra" pula que nem perereca moleca entre outros micos.... que bom que não lembro bem desta parte. Memória defensiva.

E lá estava eu em Los Angeles, janeiro de 2004. Ensaios de 12 horas (em inglês, claro) quando nem o fuso horário ainda estava em ordem, foi apenas o começo. Depois disso muita coisa (boa, ótima) aconteceu até o dia em que ouví falar pela primeira vez das Bellydance Superstars. Estava com Jillina na sua maratona hollywoodiana de shows cronometrados e ela, motorista mais que acelerada, com seu GPS me levando `a um mundo que eu não conhecia dentro da dança. "This is Hollywood baby..." Sahra viria a repetir esta frase pra mim em outro forte momento. "Isto é Hollywood querida. O mundo quer uma chance aqui!". Incrível o poder que Hollywood exerce sobre as pessoas, principalmente sobre os artistas. Mas este também seria outro enooooorme post.


Eu e a grande mestra Sahra Saeeda no primeiro dia de ensaio em Los Angeles

E então Roxxane, a dona de todas as chaves, promoter, colega, amiga, pessoa maravilhosa, generosa, especial,... (dá-lhe outro post!) me "apresentou" ao grupo de Miles Copeland, ex -promoter do The Police (que Sting a parte, eu já amava de paixão) e com o qual a identificação foi imediata. Tudo o que eu sempre acreditei que aconteceria com a dança do ventre no futuro, o formato de mega show, a produção, a valorização de estilos próprios, tudo! Existia então um grupo no formato com o qual eu sempre sonhei. Claro que só um roqueiro desta qualidade poderia tê-lo concebido. Amor imediato.

Com Roxxanne Shelby - friend and personal angel

E aí veio o convite para dançar no show da seleção. Eu? Não acredito! Seriam 12 concorrentes por noite, as quais as finalistas competiriam na final. Aqui cabe um parêntese: Não sei como foi a pré seleção, pois como eu estava como convidada dançando com Sahra Saeeda e com workshop marcado na escola aonde acontecia a pré seleção entre outras atividades, fui direto para a seleção, também como convidada. Posso só contar as curiosas, que o processo inteiro acrescentaria uma inscrição com video , se aprovado depois vêm uma audiência, se aprovada, só então a participação na seleção. Só esta "comida de etapa" já me deixou, confesso, realizada na terra do Tio Sam. Meu serviço estava sendo bem feito. Estava com orgulho de mim mesma!

Na primeira semana fui assistir a competição. A casa noturna em Hollywood, "Platinum Live" era puro luxo. Ambiente que só de estar ali já não podia manter meus dentes escondidos (quem conhece meu sorriso, sabe do que estou falando). O som, as luzes, o palco... e o show. Que show! Meu Deus, isso é uma seleção? Pra mim foi um dos melhores shows de dança do ventre que assistí em toda minha vida! Bailarinas como Princess Farhanna, Luchia, profis que trabalham com Jillina, com Suhaila Salimpour, meninas preparadíssimas! Sônia estava comigo em um workshop dias antes... e ainda não se sentia preparada. Imagina então o naipe das bailarinas! Foi um p... show!! A ganhadora da noite foi a Adoré, que entrou dando saltos mortais (além de muitos shimes) e hoje já está nos dvds do grupo. Daí me liguei que semana seguinte eu estaria alí. Frio na barriga.

18 de fevereiro - acordei menstruadíssima, com o corpo inchado, as pernas que mal ficavam em pé, que diriam me dar shimes fortes... ! Pensei em desistir. Péraí moçada, sou humana! A coreografia que eu vinha trabalhando há uma semana, minutada e escolhida especialmente para o evento, não me satisfazia mais. A coreografia não me agradava mais. Minha roupa estava apertada, minha barriga inchada. Chorei. Típica deprê de primeiro dia menstrual. Liguei pro meu amor, aqui no Brasil: que roupa eu uso? Liga pro Adinam, nosso amigo esotérico, vou de azul ou de rosa? Preciso dos astros a meu favor, já que tudo hoje, justo hoje, está contra mim. Claro que depois de um desabafo, tudo se acalmou. E pensei: Quer saber? Não devo nada a ninguém! Nunca uma cucaracha (eu ou outra!) vai ganhar alguma coisa numa competição americana em Holywood! Tô querendo o quê? Vai curtir sua boba!

E então eu abandonei tudo. Dane-se a coreografia, a música escolhida. Vou dançar com a minha alma, está decidido! Peguei o cd com minha música favorita (um Jerk), numa edição que eu tinha feito com Petito Balaha no final. Amo essa edição! Não faz mal que tem 2 minutos a mais que o permitido, não vou ganhar mesmo! A roupa? Nem azul nem rosa. Hoje estou a fim de usar a amarela. Chegamos pontualmente. No juri, bailarinas conceituadas, entre elas Laura (aquela do cd Laura in Ballady). Casa lotada. No camarim, um festival de bailarinas lindas e eu muito feliz por ser a quarta a dançar: assim também poderia assistir ao show!

Durante a entrevista, Miles uma simpatia, brincou e tirou sarro comigo. E eu com ele! Aff , sua sem noção! Será que podia brincar com o "Boss"? Agora já foi! As americanas são tão sérias. Ele riu muito. Deve ter sido legal. Melhor eu me concentrar. Sou a quarta a dançar.

Fiz minha parte. Não me pergunte muito, pois saí dançando sem hoje me lembrar muito do que eu fazia. Apenas deixei meu corpo e minha alma se entenderem por conta própria naquele momento tão mágico. Naquele palco perfeito, de luzes perfeitas, com som perfeito... eu dançando no primeiro mundo! Podia apenas ver o sorriso dos mais próximos, o combustível para minha alma dançar ainda mais feliz! Me lembro do brilho, da alegria, da emoção de poder estar alí. Só. E que logo depois que saí do palco, vestí a roupa e fui para a platéia aplaudir minhas colegas. Depois veio o show com o grupo de Zahra Zuhair e Miles subiu ao palco para chamar as vencedoras.

18 fevereiro, Platinum Live, at Bellydance Superstars Search

Eu bebia a minha coca cola diet com muito gelo pra abrandar um pouco minhas calientes emoções, quando Roxxy ao meu lado vira e diz:
- "Suheil, ele disse Suheil".
E respondí:
- "Imagina! Você ouviu errado!"
- "Ele chamou seu nome! Eu ouvi! Suheil."
- "Impossível."
- "Suheil, vai lá, é você!"
e foi assim que desacreditada corri esbaforida pelos corredores que levavam até o camarim, interrompida aos trancos por "congradulations" que surgiam das dez direções. Em um suspiro vestí o sutien, a saia, me enrolei no véu, sem pala, sem brinco ou qualquer outro acessório. E entrei no palco para ser entrevistada. Só me lembro de antes rogar a Deus que aquele homem não me pedisse para dançar ali, naquela hora... por nada não, só porque eu estava semi-nua por baixo do véu!

Olha a cara de feliz ...

E assim voltei pra casa de Roxxy naquela noite, com a sensação de ter conquistado toda a América. Mais que isso. De ter encontrado um local aonde minha dança mais que nunca havia sido valorizada. Valorizada por meu estilo acima de tudo! O mesmo estilo que por anos me gerou as mais duras críticas, hoje me presenteava com a glória de uma conquista: a qualificação pelos jurados e com isto a chance de um dia poder vir a ser uma integrante oficial das Superstars.

Dias depois, meu workshop estava cheio de profissionais. As mesmas que comigo competiram, estavam ali para me prestigiar e aprender comigo. E eu? Nossa, o quanto aprendí com elas! Acima de tudo, aprendí que profissionais podem sim dividir o mesmo espaço e somar ao invés de dividir. Se unir ao invés de atacar umas as outras. Prestigiar as diferenças ao invés de criticar quem não pertence ao seu padrão.

Cartaz do meu workshop e bailarinas americanas que estiveram lá.


E assim hoje divido este momento com vocês. Por que esta sou eu e é assim que meu coração fala, enquanto minha alma move o meu corpo em dança. Se eu sonho entrar para o grupo? Claro que sim, como não? Mas sonho principalmente com o dia em que as colegas irão parar de puxar o tapete uma das outras, inviabilizando realizações alheias. Não fosse assim, eu já estaria lá, representando nosso país e quem sabe trazendo outras de vocês para perto.

É. Já dizia a sábia frase de parachoque de caminhão: a inveja é uma merda. Mas obrigada a vocês que fazem meu trabalho crescer a cada dia, nos meus incansáveis passos de formiguinha.

É pra vocês que minha alma nunca se cansará de dançar... mesmo que apenas em volta de uma fogueira, sob o brilho da lua e a consistência do chão de areia da praia.



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